Das várias coisas que não entendo, talvez essa seja a mais incompreensível: pessoas que não gostam de aprender.
Não ter tempo, condições para se dedicar a cursos interessantes é normal. Mas sair dizendo "já sei tudo o que quero saber, obrigada"? Na boa, não dá. Fiquei com isso na cabeça há um ano atrás quando entrei para o grupo principal dos Chimangos.
Bom, nos primeiros ensaios eu me sentia uma idiota. Os passos estavam na minha cabeça e a dança exigia uma coisa simples, como um contra-giro em quatro compassos, e eu fazia tudo errado. Hoje isso é tão normal pra mim que saio por aí dançando e estou super feliz. Ok, to brincando. Mas de qualquer forma ando super empolgada com minhas evoluções na área da dança. Na verdade é que eu me sinto muito à vontade para fazer determinadas coisas, tipo, escrever, ler, chorar. Eu estava lá num terreno conhecido, e me sentindo uma idiota. Mas é bom ser idiota! Não sempre, claro, se não você tem algum problema. Mas, às vezes, é ótimo.
Quando tentamos explorar algo que não conhecemos, acabamos descobrindo coisas sobre nós mesmos. Eu que não sabia nada sobre dança, me vi descobrindo o que são compassos e prestando atenção em coisas que passavam despercebidas. Se por um lado eu me sentia insegura no ensaio, por outro lado eu adorava a sensação de deixar tanta coisa entrar no meu universo. E é isso que faz de aprender uma coisa tão maravilhosa.
Em vez de se fechar e nem ouvir aquela menina que pensa de uma forma diferente da sua, é bem melhor que os pensamentos dela entre no seu mundo e se misturem às suas coisas. Pode parecer que eu estou louca e que dança não tem a ver com essa menina patética, mas as duas coisas tem algo em comum: aprender.
Assim é tão bom se sentir idiota às vezes. Nem sempre, é claro, pelo bem das pessoas à sua volta.
Enfim: não quero fazer só as coisas em que me dou bem, e sim me dá bem nas coisas que faço. Quero dançar, e também ter contato com novas ideias. Quero sempre aprender. Sem querer descobrir o sentido da vida, nem nada.
Gostei do texto!
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