"Amei as palavras e as odiei. Espero ter usado-as direito." - Liesel Meminger
" A saudade não mata porque tem o poder de torturar!"

domingo, 27 de setembro de 2009

Uma dose de felicidade, vida e nostalgia


A mesma música tocou onze vezes e ainda não cansei de escutá-la. É que ela me traz a lembrança da viagem que fiz a quantro meses atrás. E que alterou em mim lembranças, simples e fantásticas. Repeti alguns gestos e senti sensações conhecidas enquanto estive por lá. Algo totalmente diferente e novo me esperava, e percebi isso assim que coloquei os pés na capital austriaca. A tranquilidade e a harmonia de uma maravilhosa e rica capital,  o cheiro das famosas cefeterias nas esquinas, enchiam meus pulmões de alegria. Assim eu me sentia perte daquela paisagem. Os castelos, onde mais tarde eu me perdi, pareciam uma daquelas pinturas em livros antigos de conto de fadas. O trêm, a lama e as trilhas no meio da mata, trouxeram a lembrança da feliz infância que eu abandonei sem perceber a três, quatro anos atrás.
O tempo estava completamente mutável, e permaneceu assim durante as três semanas que eu estive ali. Minha insegurança sumiu rapidamente, como se tudo estivesse bem... e realmente estava.
Uma noite foi suficiente para que eu fizesse amigos e fortalecesse os laços anteriores, filosofasse em uma mesa de bar, derrubasse objetos, fugisse do diretor, dançasse no meio da rua e me apaixonasse pela vida outra vez. Provei para mim mesma que sou capaz de realizar meus sonhos, dependendo apenas de mim mesma e de poucos desejos. Pelo menos por um mês, ou dois.
Eu não precisei sequer fechar os olhos na primeira madrugada. A minha volta estava cercada de pessoas especiais e diferentes de mim. Os jovens que chegavam na "minha casa" com um sorriso no rosto e uma garrafa em baixo do braço, me lembram muito um filme antigo que assisti no cinema. E os shows que a gente fazia pela região, fizeram com que eu me sentisse no meu próprio filme, vendo as luzes salpicar os rostos presentes, os aplausos emocionarem nossos corações e a batida das músicas, sincronizada com a batida do meu coração, chamar meu corpo e a minha mente para o meio do palco.
Passou muito rápido. Queria voltar no tempo, para viver tudo aquilo denovo. Não precisava mudar os acontecimentos, as bobagens que eu disse e os micos que paguei, e nada que pudesse ter estragado tudo. Eu só queria sentir o interior de mim outra vez. Olhar pela janela do "meu quarto" e ver o sino que tocava, e não deixava eu dormir, as montanhas cobertas de neve, ou até mesmo o transito caótico de uma cidade grande. Dormir no mínimo três horas depois de um dia alucinante e acordar contemplando um rosto amigável, com um brilho no olhar e um largo sorriso nos lábios. Andar por cada quarterão, entrar em tudo que é lojinha e comprar várias lembrancinhas. Comer uma barra de chocolate por dia, dar bom dia as pessoas... Tomar outra dose de vida, outra dose de felicidade.
Ah se eu pudesse escolher o que ser... Certamente me transformaria em uma música, como a que me faz lembrar tudo isso. Acabar quando menos se esperar, mas poder ser ouvida outras vezes. Repetida, e com a mesma intensidade da primeira vez que se ouve.

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