Ele me faz rir, mas nunca usa o riso contra mim. Compreende a diferença de estar presente e fazer companhia. Não é prolixo e nem tenta impressionar. Não precisa entender de vinho, charuto e golfe; precisa ser autêntico e admitir que não entende de vinho, charuto e golfe (e eventualmente confessar que gosta é de cerveja e futebol). Ele não exige a todo instante o meu lado risonho por que sabe, como tantas outras coisas não ditas em discursos, que os dias negros fazem parte de mim. Ele me faz cócegas até eu implorar e mesmo assim não para. Nota as
sutis alterações de humor pelo tom da minha voz, e antes de
prejulgar as razões, se predispõe a fazer
cafuné. E não exige explicações porque possui uma sabedoria que me impele em sua
direção: dividir angústias e anseios com ele é tão tranquilo como deitar na grama no outono. O homem ideal me beija na testa, na mão, simplesmente me beija. Ele também canta. Não precisa ser afinado, mas sussurra canções que num dia qualquer eu mencionei gostar. Sabe dançar. E também bebe, meio
pinguço. É daqueles que ficam
charmosos com um copo de
wísky na mão. É deliciosamente safado, três doses acima do normal. Me pega de jeito, sem tempo para que eu responda a pergunta nem se quer formulada. Diverte-se tanto em uma loja de sapatos como na de CD's. O homem ideal está sempre disposto a me ouvir, mesmo que seja nos momentos
desagendados à força no dia cheio, não usa estudos e cansaço como desculpa para as suas eventuais faltas. Não considera fraqueza dizer que me ama. Pede ajuda e chora. Vive regido por sua
conciencia e, impulsivo assassina etiquetas e comete
atos passionais. Então faz besteiras, erra, engana-se. E nem por isso deixa de ser maravilhoso! - O homem ideal é imperfeito, numa imperfeição que combina
exatamente com a minha..
- aula de português